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O professor de Língua Portuguesa do IF Baiano – Campus Teixeira de Freitas, João Rodrigues, foi empossado na Academia Teixeirense de Letras. A cerimônia foi realizada no dia 4 de junho, na Câmara de Vereadores.

Para o professor, a criação de uma Academia de Letras em Teixeira de Freitas é a realização de um sonho. “Sempre foi um sonho coletivo dos escritores, poetas, pensadores e articuladores culturais da região do Extremo Sul da Bahia. Embora não sendo dessa região, ao adotar a cidade de Teixeira de Freitas para residir, notei que diversos autores mantinham suas produções independentes, de modo discreto e sem a devida visibilidade. A Literatura Regional passava despercebida, quase inexistente aos olhos do povo, salvo algumas exceções. O mais interessante e comovente, é que, apesar disso, as produções sempre existiram em maior ou menor escala. Poemas lindíssimos, romances, crônicas, estudos e pesquisas, um cardápio amplo e, infelizmente, sem o devido apoio, inclusive da Secretaria de Educação. A região, reconhecida como palco de diversas manifestações artísticas, sempre valorizou em primeiro plano, a arte de expoentes externos. Os representantes políticos sempre enalteceram os artistas de fora, colocando em segundo e terceiro lugar a arte local, de raízes, de memória. A Literatura, o teatro, a música, os grupos de capoeira e outras linguagens, sempre foram encaradas como complemento artístico, abertura ou finalização de eventos, mas sem o devido reconhecimento. Para um escritor produzir uma obra o caminho sempre foi espinhoso, humilhante, frio. Não era uma celebridade, portanto, não renderia votos. Muitos artistas – e eu falo de algo que vivenciei em Teixeira de Freitas – tinham que cobrir todos os custos com a produção gráfica, lançamento e comercialização da obra. Uma maratona nada sem qualquer glamour. E muitos colegas escritores não tinham como pagar os custos e, simplesmente, engavetavam excelentes originais à espera de uma chance – que nunca chegava”, explicou.

João disse ainda que a Academia de Letras veio para romper essas barreiras. “Foi então que começamos a pensar numa forma de promover a visibilidade da literatura e dos escritores locais/regionais, fortalecer a categoria, envolver a sociedade como um todo, sobretudo a educação. Mas, sobretudo, criar um ato/fato político, contundente, marcante e que não fosse passageiro, como um mero lançamento de uma obra literária, mas um espaço de lapidação da palavra, produção, criação cultural constante, concreta. E tudo isso, só podia ser concretizado através da implantação de uma Academia de Letras, tendo Teixeira de de Freitas como sede da instituição, por ser a maior cidade do Extremo Sul Baiano, excelente localização e grande mobilizadora cultural. Assim nasceu a Academia Teixeirense de Letras”, destacou.

Como autor de sete obras literárias, João disse não poderia ficar de fora desse empreendimento cultural. “Aceitei e estarei pronto a contribuir com o meu jeito de fazer literatura. A Academia será a nossa voz, a nossa organização. Ganha o município, a região, o Brasil. Fiquei animado com o evento de lançamento da ATL, o espaço da Câmara ficou pequeno para tantos convidados. Professores, lideranças comunitárias, lideranças políticas, escritores, poetas, músicos, artistas, estudantes e muitos outros. Toda a comunidade presente. Um momento realmente forte e único”, enfatizou. O professor João Rodrigues Pinto é autor das obras Canivete, Cindagorda, O coelho e a Onça, Nó na Garganta, O chapéu do lobo, Espelho do Tempo, A dinâmica textual, História da Comunidade Santo Antonio, em São Mateus (ES).

Para ele, como servidor do IF Baiano, o fato de pertencer à Academia Teixeirense de Letras é muito significativo. “O nosso campus estar representado fortalece a relação comunitária, agrega valores à pesquisa e extensão e, sobretudo, é uma excelente parceria na busca e lapidação do conhecimento, sobretudo, no campo das letras. Além disso, faço questão de destacar que sempre recebi o apoio incondicional do IF Baiano, seja nos projetos de lançamento de obras, atividades com o teatro popular e, agora, com a minha admissão como membro efetivo da ATL”, finalizou.

Para o diretor geral, Marcelito Trindade Almeida, ter o professor João na Academia Teixeirense de Letras é uma honra. “O professor João sempre realiza um ótimo trabalho com os alunos nas áreas do teatro e da cultura em geral, além da sua atuação em sala de aula. Parabenizamos a ele e a sua família por mais essa conquista”, enfatizou. A Academia Teixeirense de Letras foi criada no dia 14 de março de 2016 e é formada por 40 titulares.

Professor João e sua esposa, na cerimônia de posse da Academia Teixeirense de Letras.