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Projeto do Campus Santa Inês cria cartilha com receitas para fazer sabão caseiro
Atualizado em 22 de dezembro de 2021 às 16:20 horas | Publicado em 22 de dezembro de 2021 às 16:20 horas

Publicação é resultado de projeto de extensão desenvolvido com a comunidade do Vale do Jiquiriçá, onde está presente o Campus Santa Inês do IF Baiano.

Fazer sabão reaproveitando o óleo de cozinha é uma alternativa sustentável que ajuda a economizar com os materiais de limpeza e ainda minimiza impactos ambientais. Mas, qual o passo a passo para produzir? Dá pra fazer com o que se tem em casa? Qual método gera o melhor custo-benefício? Buscando tornar esse tipo de informação acessível, uma estudante e professores do Campus Santa Inês criaram uma cartilha que reúne diferentes receitas (testadas e aprovadas) de sabão caseiro, com dados sobre características químicas e custo de produção de cada uma delas. 

A publicação é resultado do projeto de extensão “O senso comum e os saberes científicos na produção de sabão caseiro”. A iniciativa começou em abril de 2020, em paralelo a ações de enfrentando a pandemia de covid-19, que incluíam a produção e doação de sabão líquido às comunidades carentes. “O contato com as pessoas da comunidade nos trouxe diversos relatos de pessoas que também sabiam fazer algum sabão. Mas, sempre com receitas diferentes. Então, a princípio, nosso objetivo foi investigar isso”, conta o professor e coordenador do projeto, Valdinei de Souza.

Assim, o primeiro passo foi consultar as comunidades circunvizinhas do município de Santa Inês, por meio de questionário online e entrevistas, sobre seus hábitos de descarte do óleo de cozinha e se sabiam produzir o sabão. Nesse processo, também foram coletadas receitas de sabão caseiro que pessoas da comunidade já utilizavam.

De posse dos dados das consultas, os integrantes do projeto reproduziram as receitas em laboratório e determinaram parâmetros de qualidade para cada uma delas. “Determinamos, por exemplo, a acidez, a alcalinidade, o pH, o teor de ácidos graxos. Nosso objetivo era fazer essa seleção para obter a receita com a melhor qualidade na obtenção do sabão”, esclarece o professor. Nesta etapa, também foi avaliado o custo de produção, através de pesquisa de mercado dos ingredientes das receitas. Assim, o preço final obtido foi dado pela média de cada produto em função da quantidade de sabão produzido.  

No laboratório, as diferentes receitas de sabão caseiro foram reproduzidas e analisadas.

Após a fase de testes laboratoriais, eles chegaram ao número de seis receitas, que estão disponíveis na cartilha. Destas, duas foram qualificadas como as de melhor relação custo-benefício e estão sinalizadas no material. “São receitas fáceis que podem ser feitas na própria casa da pessoa. As ferramentas necessárias são simples, como balde, cabo de vassoura, além dos materiais utilizados para a fabricação do sabão”, explica a estudante e bolsista do projeto, Josielma de Oliveira, que hoje está no 3º ano do curso técnico em Zootecnia. 

“Foi muito interessante contribuir com o projeto. Antes, eu não conhecia as receitas de sabão. Não sabia que poderia ser produzido a partir do óleo de cozinha já usado e eu destaco como o principal aprendizado justamente estar podendo passar pra outras pessoas, que como eu, não tinham conhecimento de como fazer o descarte do óleo de cozinha”, destaca a estudante. 

Bolsista do projeto, Josielma aprendeu como fabricar sabão a partir do óleo de cozinha e os benefícios da prática.

Impacto econômico e ambiental 

A ideia é que a cartilha sirva como um material de consulta que estimule a população a produzir seu próprio sabão. Segundo o professor Valdinei de Souza, com esta ação é possível gerar mais economia com os produtos de limpeza para as famílias. “Chega a ser cinco vezes mais barato do que o sabão comercial, mesmo aquele mais barato que existe no mercado. O único custo na produção seria o da soda cáustica ou uma pequena quantidade de álcool, que ainda é muito inferior do que o que seria gasto com a produção de sabão comercial. Então, dessa forma, uma família ou um grupo pode economizar bastante ao longo de um ano, utilizando o sabão caseiro”, aponta. 

Além disso, o projeto quer incentivar uma destinação mais adequada ao óleo, um dos principais contaminantes de natureza doméstica para o meio ambiente. “Nosso objetivo é popularizar a produção de sabão de forma segura e também sensibilizar a comunidade para o objetivo ambiental, de não descartar o óleo de fritura na pia ou em locais inadequados”, comenta. “Não há órgão que faça essa medida de impacto ambiental, mas podemos prever que o volume de óleo que é deixado de ser descartado na pia ou no esgoto, poderia salvar uma quantidade muito grande de água”, complementa o docente. Segundo informações levantadas pelos pesquisadores, um único litro de óleo pode contaminar um milhão de litros de água, além de afetar a vida aquática e a vida de outros seres que dependem diretamente dos corpos d’água. 

Formalmente, o projeto encerra neste mês, mas a ideia é que ações sejam feitas posteriormente, a exemplo do acompanhamento das comunidades que foram assistidas, com o intuito de verificar se há pessoas produzindo sabão caseiro, e o fornecimento de assistência técnica para aqueles que tenham interesse em iniciar a produção. 

Acesse a cartilha:

PRODUÇÃO DE SABÃO CASEIRO: uma proposta economicamente viável e ambientalmente amigável
Autores: Josielma Jesus dos Santos de Oliveira, Marciana Benevides da Silva, Valdinei Santos de Souza.

Cartilha-Producao-de-Sabao-Caseiro

Fotos: Arquivo do projeto


Matéria ASCOM disponível em: https://ifbaiano.edu.br/portal/blog/projeto-cria-cartilha-com-receitas-para-fazer-sabao-caseiro/

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