A Embrapa Mandioca e Fruticultura publicou a Circular Técnica 137 com recomendações de calagem e adubação para a cultura do umbu, espécie típica do semiárido e endêmica da Caatinga. O documento reúne orientações para diagnóstico do pomar, manejo da fertilidade do solo e reposição de nutrientes em plantios em formação e em produção.
A publicação conta com a participação de professores do IF Baiano Campus Guanambi. Assinam a circular Sérgio Donato e Alessandro Arantes, do Campus Guanambi, além de Nelson Fonseca e Ana Lúcia Borges, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Orlando Neves, da Ufba (Campus Vitória da Conquista) e Joel da Silva de Deus, egresso de Engenharia Agronômica do IF Baiano e mestrando da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
O texto destaca que o umbuzeiro ainda é explorado majoritariamente de forma extrativista, mas com aumento do interesse por plantios comerciais. Em 2024, a produção nacional extrativa de umbu foi de 15.548 toneladas, com 63,6% concentradas no Nordeste. A Bahia liderou o país, com 5.831 toneladas, equivalente a 43,9% do total.
Segundo os autores, a ocorrência de frutos maiores em áreas naturais está associada a solos mais ricos em nutrientes, o que reforça a necessidade de adubação ou de reposição dos nutrientes exportados pela colheita. A avaliação da composição dos frutos indica maior exportação de potássio, seguido por nitrogênio e fósforo (K > N > P > Ca > Mg > S).
Para orientar o manejo nutricional, a circular recomenda análise química do solo e, quando possível, análise granulométrica em duas profundidades (0 a 20 cm e 20 a 40 cm). Em pomares em produção, a coleta deve ser feita no mínimo a cada dois anos, com atenção à região de aplicação dos adubos, onde se concentram as raízes. A publicação também apresenta orientações para análise foliar, com amostragem de folíolos do segundo ou terceiro folíolo a partir do ápice do ramo, totalizando 120 folíolos por planta.
No manejo da acidez, o documento aponta que a faixa de saturação por bases mais adequada ao desenvolvimento do umbuzeiro está entre 70% e 80% e apresenta o cálculo da dose de calcário com base no método da saturação por bases e no PRNT do corretivo. Sobre a gessagem, recomenda considerar o uso do gesso agrícola quando a camada de 20 a 40 cm apresentar baixo teor de cálcio e/ou alumínio elevado, com indicação técnica de substituição parcial da dose de calcário pelo gesso em situações específicas.
A circular também aborda adubação de plantio e de crescimento com doses ajustadas aos teores do solo e reforça o papel da adubação orgânica. Entre as recomendações, está o uso de esterco bovino curtido como fonte de nitrogênio, com referência de 18 litros por cova no plantio, contabilizando sua contribuição no aporte total de nutrientes.
De acordo com os autores, o objetivo é oferecer um guia técnico para produtores e profissionais de assistência rural, contribuindo para ampliar a produtividade e manter a sustentabilidade dos solos em áreas de cultivo de umbu no semiárido.
A Circular Técnica nº 137 está disponível na íntegra para consulta pública.
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