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Iniciativa desenvolvida há seis anos no Campus Santa Inês do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) vem estimulando a prática da docência entre estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. O projeto intitulado “Mostra Parasitológica: promovendo educação e saúde” tem também o objetivo de trazer orientações à comunidade da região sobre doenças causadas por parasitas. 

Este ano, já em sua sexta edição, o projeto, uma atividade extensionista proposto na disciplina “Parasitologia, ofertada no 7º semestre do curso, Parasitologia, visitou diversas escolas em municípios do Vale do Jiquiriçá, envolvendo a participação de estudantes do pré-escolar a graduação. Durante os meses de maio e abril, foram realizadas 12 mostras nos municípios de Santa Inês, Ubaíra e Cravolândia. Além das visitas às escolas, nesta edição, os estudantes ainda tiveram a oportunidade de expor seu trabalho a profissionais da Secretaria Municipal de Saúde em Ubaíra. 

Sempre com o auxílio de pôsteres, jogos e brincadeiras como métodos didáticos, os graduandos buscam apresentar, de forma mais leve, assuntos sérios e muitas vezes, complexos, como são os que envolvem o universo da Parasitologia. Assim, questões como esquistossomose, leishmaniose, piolho, toxoplasmose, amebíases, tricomoníase, doença de Chagas etc, que são comuns, mas pouco discutidas, são abordadas com a intenção de orientar o público sobre as causas, formas de infecção ou infestação, medidas de prevenção e controle, sintomas e riscos. 

Dessa forma, separados em duplas ou trios, os estudantes conseguem facilitar a absorção do conteúdo pelo público, que pode ter diferentes níveis de instrução. “Nesse ano de 2019, a minha turma estudou sete tipos de parasitas e, depois, fomos às escolas de nível fundamental, e até aos graduandos do próprio Instituto. E conseguimos ter um resultado de 100% de aprovação”, relatou uma das graduandas do curso, Poliana Almeida, ressaltando a importância da iniciativa em termos de saúde pública.  “A sociedade precisa abrir os olhos porque várias doenças, hoje, são ‘mascaradas’. Têm [algumas doenças de] parasitas que levam à morte, mas que, muitas vezes, são confundidas com outros tipos de doenças e quando se chega ao diagnóstico final, não há tempo para impedir o óbito”.

Além da função de alertar a população sobre este problema, o projeto contribui para o exercício da prática docente. Para a licencianda em Ciências Biológicas, Eduarda Ferreira, participar do projeto foi muito importante para ajudar a compreender o processo de ensino-aprendizagem. “A Mostra vem sendo um trabalho de grande valia para todos os envolvidos, principalmente para os licenciandos, pois temos a oportunidade de levar um pouco do conhecimento adquirido em sala de aula para estudantes de outras escolas. E essa troca de conhecimento é essencial”.

“Os estudantes de licenciatura vivenciam a experiência da docência com diferentes públicos, em diferentes unidades escolares, com diferentes profissionais e comunidade em geral. E esse público se sente estimulado a interagir com a geração de futuros professores”, comentou o professor da disciplina, Fred Julião, que é também membro da Sociedade Brasileira de Parasitologia. 

“Percebemos que os alunos tiveram atenção e absorveram todos os conteúdos de forma clara e levaram esse conhecimento para a sala de aula e para suas famílias”, comentou Maria de Fátima Santos, diretora de uma das escolas visitadas pelo projeto no município de Santa Inês.