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O evento “Diálogos” é uma realização do Grupo de Pesquisa Laboratório de Políticas Públicas, Ruralidades e Desenvolvimento Territorial – LaPPRuDes, com apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – IFBaiano (campi Bom Jesus da Lapa e Serrinha), do Instituto Anísio Teixeira – IAT e em parceria com os grupos de pesquisa Xerófilas, JuRus e EcoCampo. Esse é um evento totalmente gratuito, online e síncrono (em tempo real).

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Quebrar paradigmas sobre as questões que, ainda hoje, afligem a sociedade, é necessário. Por essa razão, é preciso criar, coordenar, divulgar e participar de eventos que possam chamar a população a uma reflexão pautada nas dimensões inclusiva e urgentes. Assim, estes “Diálogos” têm como finalidade convidar a população a somar, em busca de novas perspectivas contra o racismo, além de pensar as ruralidades e suas especificidades. O mundo tem lutado arduamente contra o racismo: ele tem tomado proporções de visibilidade tal que não há mais como o Estado negar a sua existência e sequelas históricas.

A campanha “Vidas Negras Importam” revela o quanto o direito à vida é importante, mas também o quanto as condições humanas, postas para o povo preto, são desumanas. Pontuar as questões-base que trazem elementos estruturantes da falta de compromisso que os governos sempre tiveram com o povo marginalizado e oprimido, também é construir ferramentas para uma vida mais digna no campo do rural e sua interação com o todo.

O pós-Abolição, tido como 14 de maio, está em debate. Isso porque ela, de fato, jamais aconteceu. Mesmo sabendo que vários mocambos já estavam formados após esse processo, muitos dos pretos, que sempre mantiveram uma relação ancestral com a terra e a cosmovisão, ficaram vagando sem teto e sem condições de pensar o existir a partir daquele momento. Chama a atenção, ainda, o processo de retirada do povo preto da África e como a segregação ancestral dos vínculos historicamente construídos por um povo que nunca foi escravo, mas sim escravizado.

Diante de tudo o que já foi mencionado, fica como missão para esse Novembro Negro de 2020 pensarmos as relações que foram estabelecidas ao longo dessas caminhadas. Os diálogos que conseguem elencar as partes-chave devem interagir com o passado, presente e nos fazer questionar sobre as ações necessárias para a construção do futuro que queremos. O momento requer reinvenção e muita disposição para, juntos, construirmos um novo mundo, mais espiritualizado, consciente das territorialidades e construções cósmicas, das falas potentes de todos os povos e suas causas ancestrais, da sustentabilidade calcada nos fazeres comunitários, bem como da Mãe Natureza de pé.

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