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Novembro Negro

No dia 20 de novembro realizou-se no auditório do IF Baiano Campus Serrinha o Seminário “Aquilombando-se: memórias e práticas atuais de resistência”, idealizado pelo NEABI (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas), em comemoração ao dia da Consciência Negra. O evento trouxe à tona, por meio de palestra, mesa de discussão e apresentações culturais, questões ligadas às etnicidades.

A professora da UFRB, Isabel Santos, oriunda da comunidade Quilombola Lagoa Grande (município de Feira de Santana-BA), foi a convidada para a palestra realizada na manhã do evento, que discutiu pontos ligados às políticas de ações afirmativas ligadas às comunidades Quilombolas. Elucidou a trajetória dos negros, dos povos tradicionais, vivenciadas até aqui, os percalços enfrentados para a garantia de direitos, como por exemplo a política de cotas raciais nas universidades e nos concursos públicos, como meio de reparação social das exclusões sofridas pelos negros em meio à sociedade. Em entrevista, Isabel Santos apontou que é mais do que necessária a realização de atividades constantes que discutam de algum modo o que diz respeito à população negra, além da promoção de atividades que integrem os estudantes, como a que ocorreu no dia 20.

Ainda pela manhã, ocorreu uma mesa com mulheres também pertencentes a comunidades quilombolas, sendo estas do Território do Sisal. Uma das discussões mais fortes na mesa foi acerca das lutas pelo autorreconhecimento enquanto quilombola, para além da certificação obtida pelas comunidades. As participantes da mesa esboçaram a dificuldade desse processo de empoderamento, em meio a todas as adversidades que impedem a aceitação social desses indivíduos. O momento proporcionou troca de experiências, bem como a geração de vínculos entre as representantes das comunidades ali presentes.

No turno vespertino, aconteceram apresentações culturais executadas pelas turmas do Curso Técnico em Agroecologia Integrado ao Ensino Médio. Já à noite, os participantes do evento prestigiaram uma roda de capoeira, realizada pelo grupo Lendário de Palmares (Serrinha-BA), além da apresentação do grupo Revolution Reggae (Conceição do Coité/BA).

Em entrevista, a professora Ginalva Jesus de Carvalho, docente de Sociologia e Coordenadora do NEABI, ressaltou a importância do Núcleo para o Campus, pois, além de realizar ações pontuais, como essa do 20 de novembro, fomenta discussões teóricas acerca das questões étnico-raciais durante todo o ano, através das reuniões ordinárias com membros da comunidade acadêmica e da sociedade civil.

No próximo ano, a professora Gina, como é conhecida, deseja proporcionar a participação de estudantes em eventos externos ao Campus, com o intuito de apresentar trabalhos construídos a partir das atividades viabilizadas pelo Núcleo de Estudos.